29 setembro 2010

A importância estratégica do IRS, até no repovoamento do território.

Este cartaz tem escrito “ Escolha Ponte de Lima, reduza os seus encargos fiscais. IRS menos 5%, IRC menos 10%, derrama municipal 0%, IMT 0% nos Pólos Empresariais Integrados”.

A descida do IRS, ao proporcionar um aumento do rendimento disponível, permitiria criar um stock de capital financeiro de partida, para depois circular pelo máximo de patamares que sejam possíveis, induzindo pela via dos impostos indirectos uma colecta de impostos superior à tradicional e estática opção pela sua simples subida. Daí o estar inteiramente de acordo com as medidas que foram preconizadas pela OCDE de aumentar o IVA e impostos como o IMI e o IMT, e já agora sobre as transacções em bolsa, dado o sistema de má redistribuição de rendimentos na população portuguesa estar a induzir uma paragem de fluxos em investimento financeiro e imobiliário de classes de rendimentos mais elevados e parte das poupanças a ir para o exterior do país, conforme já aqui deixei escrito. E é um erro continuado olhar para o IRS sem perceber o seu potencial na solução desta crise. Baixem as taxas para metade, um verdadeiro choque fiscal, e daqui a 3 meses falamos. Claro que a ortodoxia económica, social e política, que nós próprios validamos, não é isto que diz, porque não considera o seu efeito dinâmico. Mas vejam o recente aumento do crime na Grécia e o desemprego crescente na Irlanda para perceber no que dá tirar dinheiro da sobrevivência individual das pessoas. Claro, continuamos com os mesmos e com as mesmas políticas, por isso não nos queixemos dos nossos próprios actos.

Já existe há algum tempo esta possibilidade de devolver até 5% dos rendimentos do IRS aos habitantes dos vários municípios que compõem o território nacional, permitido pelo nível imediato de decisão, o Governo Central, na inexistência do patamar mais adequado para esta gestão, que é o Regional. Poucos municípios o fazem e, para ser eficaz, esta medida teria de articulada com planos de desenvolvimento regional integrados.

Ponte de Lima dá o exemplo e fez-me pensar na sua potencialidade para o repovoamento do interior. De facto, se o Governo Central não tivesse roubado os fundos comunitários e nacionais que foram destinados às linhas ferroviárias do Norte para poder lançar um mais conveniente concurso para a 3ª travessia do Tejo, mais o congelamento da melhoria das ferrovias convencionais, poderia viver em Ponte de Lima e fazer por esta via o percurso até Viana do Castelo e daí para o Porto. E viver numa linda vila e contribuir para o regresso, inevitável, do mundo urbano para o semi-rural. Mas não, os interesses instalados, até também no Norte, optam por roubar a sua terra e preparar um novo concurso público adequado a um novo, velho e continuado, vencedor, para voltar a aplicar na sempre e mesma Região, Lisboa e Vale do Tejo.


José Ferraz Alves

28 setembro 2010

Algumas fotos da inauguração da nossa sede.







(Fotos de Carlos Romão)


27 setembro 2010

Salários baixam no Norte e não param de subir no resto do País

Há um ajustamento salarial em baixa no Norte desde o início do ano.

Depois de ter batido um máximo de 720 euros no último trimestre do ano passado, o salário médio mensal líquido dos trabalhadores (por conta de outrem) da região nortenha baixou para 709 euros nos primeiros três meses deste ano, tendo voltado a sofrer um corte no segundo trimestre, fixando-se nos 705 euros.

De acordo com os dados do último relatório "Norte Conjuntura", ontem divulgado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN), regista-se um reforço da assimetria regional nesta matéria. Enquanto no Norte os salários sofrem cortes há dois trimestres seguidos, a média nacional, neste período, não parou de aumentar: de 770 no último trimestre de 2009, para 773 no primeiro de 2010 e 777 entre Abril e Junho passados. Em termos anuais, o fosso salarial entre o Norte e a média nacional cava mais fundo: de 54 euros, em 2009, para os actuais 72 euros.

(Rui Neves - Jornal de Negócios On-Line)

26 setembro 2010

Regiões-piloto e Regionalização

A“ideia” de regiões-piloto, apresentada pelo Dr. Passos Coelho no contexto da sua proposta de revisão constitucional, embora resultante das negociações que o levaram ao poder no PSD, tem, no contexto actual, algumas consequências positivas para a Regionalização (R). Significa que o PSD está disposto a deixar cair da Constituição a simultaneidade na instituição em concreto das regiões; na mesma linha, significa que o PSD se rende à evidência de que a evolução das autonomias regionais não tem de ser homogénea ou uniforme, mas deve resultar da dinâmica económica, social e política de cada região. O que significa que, a termos de ir pelo referendo, a 1ª pergunta, em que se pergunta ao país se quer ou não quer a R, não tem sentido; apenas a segunda, em que se pergunta aos cidadãos se querem pertencer á região definida por Lei da Assembleia da República, tem sentido. Significa ainda a queda do mito da intocabilidade do articulado constitucional, derivado do golpe constitucional anti-regionalização operado pelo PS e PSD em 1997. Indica, finalmente, a aceitação e dignificação, como caminho de salvação nacional, do conceito de região, tão diabolizado até agora pelos centralistas.
Em contrapartida, para lá destes méritos doutrinários e psicológicos da “ideia”, a proposta concreta de criação de uma região-piloto experimental é um absurdo. Em primeiro lugar, porque tivemos experiência que chegasse, com o centralismo, durante estes anos, chegando ao que chegámos. Em segundo, porque é impossível eleger uma região-piloto, não sendo por acaso que, no dia seguinte à fala do Dr. Passos Coelho, o Dr. Marco António, veio falar de criar regiões-piloto e não uma; com efeito, a haver uma região de “vanguarda”, ela só poderia ser o Norte dos 3,7 milhões de habitantes, constituída por vários nortes numa diversidade que lhe garante a massa crítica e com unanimidade em defesa da R. e da Região Norte, pelo parecer de todos os Presidente de Câmara; e sendo o Norte a região-piloto, por que não o Centro?; e por que não o Algarve?; e o Alentejo?; e Lisboa e Vale do Tejo?. Em terceiro lugar, a proposta de uma região-piloto é despesista, porque criando novas estruturas numa região, em nada diminui as estruturas do poder central. Ora, a R. urge, para dotar o país de pólos de desenvolvimento regional, à custa da diminuição da burocracia central, sem criar nem mais um lugar político, pelo contrário, podendo acabar com muitos deles. Ora uma região-piloto é despesista e inútil, e os seus resultados negativos levariam à sabotagem da R. do país. Uma região-piloto ou uma R aligeirada que não crie fortes estruturas de governação regional, tiradas da governação central, em atribuições e recursos, não serve para nada. R é outra coisa, significa, como o Dr. Coelho reconheceu e bem, “uma reorganização geral da despesa” do país.

(Jn 26 Setembro 2010)

22 setembro 2010

Preparativos para a campanha em Braga

O MPN irá concentrar-se no domingo dia 26 às 15 horas na sede (rua S. Brás, 256 Porto) para sair para Braga. Aqueles que quiserem colaborar podem comparecer a essa hora na sede ou em alternativa em Braga às 16h em frente ao café Astória na Av. Republica.

DISCRIMINAÇÃO NEGATIVA

(implementação de portagens na A28, entre Viana do Castelo e Porto)

Enquanto não forem implementadas portagens no IC19 (Lisboa - Sintra), os utilizadores da A28, irão sempre sentir-se discriminados negativamente, os motivos são os seguintes:

1.º

O IC1/A28, não passou por tantos melhoramentos como passou o IC19, ou seja, não tem três ou mais faixas de rodagem como tem o IC19;

2.º

O IC1/A28, entre Viana do Castelo e Porto nunca foi uma SCUT, foi sim um Itinerário Complementar a semelhança do IC19;

3.º

O IC1/A28, entre Póvoa de Varzim e Viana do Castelo não tem uma via ferroviária alternativa como tem o IC19 em todo o seu percurso;

4.º

A IC19, tem transportes alternativos, os comboios circulam entre Lisboa e Sintra com muita frequência (ver horários de comboios entre Sintra e Lisboa e Cacem - Lisboa), e permitem aos seus habitantes chegarem ao centro de Lisboa em poucos minutos;

5.º

O IC1/A28, apenas possui alternativas de deslocação entre (Porto - Povoa de Varzim), ou seja o Metro de superfície;

6.º

Viana do Castelo é servida pela linha ferroviária internacional do Minho, mas os comboios são escassos e gasta-se para percorrer o itinerário entre Viana do Castelo e Porto, entre duas a três horas;

7.º

A IC19 foi uma via que sofreu grandes alterações e teve enormes custos, enquanto a A28 sofreu poucas transformações e teve custos pequenos. A grande transformação da A28 foi a mudança de nome, ou seja de IC1 para A28;

8.º

A existir necessidade de taxar as AE ou os IC, a IC19, é daquelas que mais urgência tem em ser taxada, as razões são as seguintes:

- A maioria dos utilizadores do IC19, fá-lo por comodidade;

- Existem transportes alternativos (comboios) que permitem chegar-se ao local de trabalho em menos tempo;

- Portajar a IC19 implicaria a redução da emissão de gases para a atmosfera, facilitaria o transito em Lisboa, isto porque é um número muito elevado de viaturas que entra e sai de Lisboa através do IC19;

- O rendimento per capita  na região de Lisboa é superior ao da maioria das regiões do País.

Os políticos não tem coragem de portajar o IC19, por tratar-se de localidades de elevada densidade populacional, temendo assim em ser penalizados nas eleições;

9.º

Os utilizadores do IC1/A28, sentem-se desde já discriminados negativamente, por ser das regiões mais pobres do País e por serem os primeiros a ser taxados. Sentir-se-ão sempre discriminados negativamente, enquanto não forem taxadas outras AE/IC’s semelhantes.

CONCLUSÃO
Estamos perante realidades semelhantes, mas com um tratamento negativo para a região Norte que tem infra-estruturas muito inferiores as de Lisboa - Sintra. A região Norte tem um rendimento per capita muito inferior ao de Lisboa, e a taxa de desemprego no Norte é a mais elevada do País. Estes dois indicadores dizem por si só da injustiça que se está a aplicar as gentes do Norte e no Norte ao imporem-se-lhe impostos de imediato.

O cidadão

António Gonçalves


21 setembro 2010

O MPN recebeu hoje um email tecendo várias considerações, optamos por publicar as seguintes:

1.Os jornais noticiaram que o trânsito automóvel de ligeiros foi interdito pela Refer na ponte mista de Constância. Os comboios podem passar. As pessoas que queiram atravessar de automóvel de Constância para a Praia do Ribatejo, dão uma pequena voltinha de 40 Km, só na ida. E quando ouvimos o Ministro das Obras Públicas falar sobre pontes, fala-nos da 3ª travessia do Tejo, em Lisboa, e do TGV.Parece que os autarcas se inibem de protestar por razões distintas: o da Barquinha porque é do PS e não pode minimamente ofender o amo; o de Constância, porque é do PCP e, como tal, defende prioritariamente a ponte de Lisboa. As verbas em jogo são incomparáveis mas à medida do interesse governamental.


2.A revista Pública do último domingo descrevia o desenvolvimento de excelência que novos empreendimentos turísticos vêm proporcionando à região do Alto Douro.
A nódoa em tão auspicioso panorama, dizia lá, é o caminho de ferro que o ministério dos transportes parece apostado em aniquilar, sobretudo neste e no anterior Governo.
Houve uma anafada e nédia governante que encerrou o pouco que restava das vias estreitas com promessas tonitruantes de as reabrir novinhas em folha. Está agora na AR a mandar bitaites sobre as Scuts e tudo vai ficar em arquivo. A própria linha do Douro continua velha como há cem anos e não mais oferece aos turistas e às gentes do Douro que comboios obsoletos e históricos, um péssimo serviço. "

20 setembro 2010

Declarações de Paulo Morais ao Correio da Manhã de 19.09.2010

Intervenção inauguração sede

Meus amigos,


Esta sede parece uma casa pequena pela óbvia razão de que é uma pequena casa.

Esta rua parece uma rua estreita porque é na verdade uma rua estreita.

Mas de uma coisa vos posso garantir: não há Avenida nem Praça nem Palácio que seja capaz de albergar o entusiasmo, a determinação e a energia nortenha dispostos a levantar o país , a defender os interesses do Norte e a definir-lhe uma estratégia de desenvolvimento, de progresso e de justiça social.

O nosso Movimento quer ser a voz dessa força e hoje damos-lhe uma morada que é afinal um ponto de partida. Portugal precisa de uma Região Norte que seja forte e o Norte precisa de um partido que seja seu.

Um partido que, por exemplo, exprima a justa indignação que nos merece essa afronta de nos quererem impôr um novo imposto em estradas do Norte. Só um partido como o nosso, um partido novo, um partido livre, um partido limpo, é que tem autoridade para lhes perguntar e lhes exigir que expliquem que tipo leonino de contratos fizeram com as concessionárias das Scuts. Essas parcerias desastrosas garantem 14% de retorno sem risco ao dito investidor, mas isso à custa do contribuinte e, até ver, à custa apenas dos cidadãos nortenhos.

Se há crise para uns, há crise para todos e se tem de haver custos para o utilizador, como dizem, tem de haver riscos para o investidor.

Mas não é só por isso que o Norte precisa de um Partido.

Só um partido como o nosso, um partido de gente honesta, um partido de gente capaz, um partido de gente dedicada tem coragem para denunciar o mais recente ataque dos centralistas à indústria têxtil e do vestuário, essencialmente sediada a norte.

Invocando as cheias do Paquistão, acaba de ser aprovada na União Europeia a suspenção dos direitos aduaneiros para a importação de produtos têxteis e de vestuário, apresentando-se essa medida como uma forma de ajuda às populações do Paquistão. É óbvio que essa benesse só vai favorecer as grandes empresas exportadoras Paquistão que se situam fora das zonas afectadas mas não vai levar um pão ou uma semente aos milhões de desalojados nem tão pouco contribuir para a melhoria das suas condições de vida.

O que é grave e escandaloso nisto é que o nosso Governo, obcecado com o seu projecto de ganhar uma poltrona no Conselho de Segurança da ONU, e desejoso de angariar todos os votos venham de onde vierem, desde o Kadhafi ao Chavez e congéneres, demitiu-se em Bruxelas da defesa dos interesses da nossa indústria têxtil e vestuário. A aprovação desta medida é particularmente gravosa num momento em que as empresas tentam com dificuldade sair da crise económica e ao mesmo tempo se vêm confrontadas com o aumento exponencial do preço das matérias-primas. Este voto em Bruxelas do Governo português não ajuda em nada os infelizes que andam com os pés na água lá no Paquistão, mas vai tirar o pão a centenas de famílias operárias da nossa Região. E que o Sr. Ministro não nos venha dizer que não faz mal, porque é uma medida temporária e que daqui a 3 anos volta a haver direitos de importação. É preciso ser-se muito cínico para fazer uma afirmação desse calibre.

Alguém ouviu o Governo e os outros partidos explicarem bem as razões de ser destes votos?

O Norte precisa também de cuidar dos seus interesses próprios, de encontrar o seu modelo de desenvolvimento económico e social que lhe é negado pelo centralismo. De retomar as energias e o dinamismo que são seu apanágio, de basear o futuro nas suas empresas e nos seus trabalhadores, com um quadro que lhe seja favorável (e não adverso como tem sido o caso). E o Norte precisa também de assumir as suas responsabilidades, as suas culpas, e corrigir os seus erros, pois não é apenas apontar o dedo ao centralismo, mas é necessário também cuidar de nós próprios e recuperar o nosso brio.

Sim o Norte precisa de um partido e o partido precisa de uma casa, mas a casa e o partido são coisa vossa, pertencem ao povo do Norte. Se um dia esta sede vos não mais pertencer, botem-lhe fogo e recomecem do princípio.

Por Portugal e pelo Norte!

Viva a Região Norte!

Francisco Sousa Fialho

(membro da Comissão Executiva do MPN)

Política Social: empreendedorismo social, eficácia e responsabilização

A recente moda em termos de política social tem sido a de fiscalizar os seus beneficiários em vez de avaliar a sua eficácia, para verificar quantas pessoas se libertam de ciclos continuados de pobreza, exclusão, fragilidade ou dependência. Pouco, ainda, tem sido referido quanto à responsabilização dos gestores e chefias dos Órgãos responsáveis pela política social, que é uma linha que deveria ser seguida para toda a Administração Pública, privilegiando a eficácia e a responsabilização.


Também considero que a melhor resolução dos problemas sociais passa de uma evolução da lógica da caridade e do subsídio para a do empreendedorismo e do prémio, por induzirem alterações de comportamento conducentes à mudança das condições de partida dessa população-alvo. Devemos conceber respostas empresarialmente organizadas para os problemas sociais, em que os mercados financeiros funcionem também como avaliadores da criação do valor social, diminuindo a dependência do seu financiamento pela caridade, porque o interesse dos financiadores será induzido também pelo interesse económico-financeiro dos próprios projectos de apoio social.

Acresce, que o apoio social também deve ser transferido de lógicas assistencialistas para as educacionais, que são as que têm mais lastro para fomentar nova riqueza, pelo que parte das respostas a este nível social estão de facto no domínio da educação e da formação.

Propostas de medidas ao nível de uma política social:

1. A realização de um estudo de avaliação dos recursos financeiros e humanos que têm sido aplicados na actividade assistencial social em comparação com os direccionados para a educação, e os resultados obtidos, para posterior definição de metas e objectivos.

2. A criação de um Fundo Público para o Desendividamento, que intervenha como garante do crédito de algumas pessoas que caíram na denominada “armadilha do sobre-endividamento” por taxas usurárias, em que não conseguem amortizar o financiamento, pagando nas prestações apenas o juro e ficando assim presas a um processo desgastante, com fortes impactos sobre a sua estabilidade pessoal e profissional. A substituição destes financiamentos por um plano a prazo de reembolsos, com uma taxa de juro moralmente adequada, permitiria, com o mesmo ou menor esforço de pagamento, proceder à regularização desta situação de forma adequada e respeitável.

3. A criação de incubadoras municipais de Empreendedorismo Social.

4. A criação, a níveis municipais e depois regionais, do Pelouro para o Empreendedorismo Social.

5. A criação de um Fundo de Capital para o Empreendedorismo Social, com agregação de recursos vários (Fundações, Estado, Parcerias Empresariais, Capital de Risco, Business Angels, doações em dinheiro, em espécie do IRS e receitas próprias), desenvolvendo parcerias técnicas com Fundações Internacionais com know-how neste domínio e que responda e seja facilitadora dos projectos isolados e em conjunto que existem, alavancando e criando capital social.

6. O fomento à criação, por doadores-mentores, de um Fundo de Gestão de Bolsas de Estudo, com o seu rendimento anual a constituir uma bolsa que sustentará uma criança enquanto estiver a frequentar a escola – desde o pré-primário -, convertendo-a em rendimento financeiro para a família, evitando que os pais venham a sentir-se tentados a tirá-los da escola para a pôr a trabalhar, e em que o doador-mentor recebe anualmente um relatório sobre o progresso das crianças apoiadas.

7. O lançamento de uma política social de pagamento de prémios aos pobres, em vez de subsídios, que é um programa de luta contra a pobreza que tem dado bons resultados em países em desenvolvimento e sendo um projecto também aplicado em Nova Iorque. Esta medida foi implantada, pela primeira vez, no México, sendo ideia de Santiago Levy que propôs ao então Presidente Ernesto Zedillo acabar com os subsídios alimentares, substituindo-os por um programa de subsídios monetários aos pobres, pagos às mulheres, gestoras domésticas, sob determinadas condições: as crianças são pagas pela assiduidade escolar e pelo melhoramento de notas, os pais recebem prémios em dinheiro se trabalharem um determinado mínimo de horas, frequentarem cursos de formação e levarem os filhos ao médico, etc. .

8. O apoio à inclusão social dos sem-abrigo e tóxico-dependentes das cidades pela disponibilidade de trabalho, em projectos de Hortas e Flores nas cidades, de Segurança e de Limpeza colectiva.

9. O lançamento do micro-crédito social, na linha da essência do criado por Muhammad Yunus e o Grameen Bank e integrado no âmbito da proposta de lançamento de um Banco Regional, que se foque mais para o futuro e potencial da pessoa, do que para o seu comportamento passado.

10. A regulamentação da figura das Empresas Sociais, como a forma estatutária de comunhão da gestão privado com o interesse público e social.

11. Um maior apoio financeiro às Escolas de Música e de Arte e sua inclusão no currículo de formação e apoio social.

José Ferraz Alves

Recolha de Assinaturas em BRAGA

"O MPN irá estar na cidade de Braga no próximo domingo dia 26. Recolha de assinaturas, esclarecimentos e divulgação serão alguns dos objectivos desta acção. Todos os que quiserem colaborar contactem o MPN através do seu email.



O MPN agradece, quantos mais formos mais impacto demonstraremos. "

19 setembro 2010

Nota do presidente do MPN

Companheiros:

No seguimento do novo grande impulso que recebemos, pela acção de todos, este fim-de-semana, em que nos relançamos nos meios públicos de comunicação e mostramos a nossa presença, directamente, junto aos nortenhos, em diversas acções de rua, não podia deixar de estreitar todos num grande abraço de parabéns, pois só com a acção e colaboração de todos, membros da Comissão Coordenadora e dos Núcleos, e outros membros e apoiantes, tal sucesso foi possível.

Saímos duma situação difícil, quase silenciados pelos media, após Agosto, para o destaque nos grandes ecrãs e para as grandes páginas, enquanto vemos as nossas ideias serem adoptadas um pouco por todos os partidos falhos de ideias, em atitudes que configuram quase plágios, mas que nos devem simplesmente agradar, porque mostram a nossa vocação para liderar o processo político de inverter a actual situação da região e do país.

Passámos também da fase artesanal e tímida de recolha de assinaturas, limitada aos círculos pessoais e às famílias, para a rua, em que mostramos que temos, como coluna vertebral, muitos jovens capazes de virem a ser grandes quadros da região. Tivemos uma inauguração com casa cheia, discursos intelectual e politicamente mais ricos do que qualquer outra força, presença massiva de pessoas que não procuram nada a não ser servir a região e o país!

Estamos pois em condições de novos avanços. De imediato, sobretudo, em quatro caminhos:

1. Auxiliar activamente as brigadas de rua de recolha de assinaturas, coordenadas pelo Marco Monteiro;

2. Mobilizarmo-nos na recolha de fundos, coordenada pelo Miguel Barbot, sem o que não poderemos conseguir novos avanços.

3. Discutirmos, propor alterações e divulgarmos os projectos de documentos para o evento fundador, trabalho coordenado pela Comissão Executiva.

4. Desenvolver os núcleos, consolidá-los com reuniões e colaboração nas actividades práticas, e alargá-los com novos recrutamentos e adesões.

Para todos, em nome do MPN, do Norte e do país, os parabéns e o agradecimento pelo trabalho efectuado e um abraço pessoal do

Pedro Baptista

Partido do Norte abriu sede

(Alexandra Serôdio - JN)

Ao inaugurar, ontem, sábado, a sede do Movimento pró-Partido do Norte, Pedro Baptista criticou as portagens nas SCUT e João Anacoreta Correia o acordo com o Paquistão que lesará o sector têxtil. Pressionar Lisboa para o Norte ser a primeira região-piloto é o objectivo.

Unidos pela vontade de revitalizar o Norte - "a única região que regrediu nos últimos anos", disse ao JN - o (ainda) socialista Pedro Baptista, João Anacoreta Correia (ex-CDS-PP) e Francisco Sousa Fialho defenderam, ontem, na sessão inaugural da sede do Movimento pró-Partido do Norte (MPN), no Porto, que o Norte deve ser a primeira região-piloto.

Considerando "positivo" que o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, tenha reconduzido à agenda política a regionalização - a pretexto do projecto de revisão constitucional - o porta-voz do MPN, Pedro Baptista, quer que "deixe de ser absolutamente necessária a simultaneidade de criação das regiões". Por isso, "se for para criar uma região-pioloto, que seja o Norte", disse ontem à noite, ao JN. Porque, justificou, "é a região onde há mais consenso entre os autarcas, como comprova a 'Declaração da Alfândega' e onde há mais massa pensante: 3,7 milhões de pessoas".

A regionalização é a principal bandeira do MPN, com o porta-voz (ainda filiado no PS, embora diga que "quando entender" sai) a advogar que não acarreta mais despesa pública, pois não se duplicam cargos. Basta acabar com os 23 governos civis e as CCDR (comissões de coordenação e desenvolvimento regional) "que têm um papel meramente consultivo".

Já Anacoreta Correia preferiu zurzir no acordo com o Paquistão que, segundo Baptista, "põe em causa dois mil empregos nos têxteis europeus e causa uma diminuição nas vendas de 18 milhões de euros anuais". Combater o pagamento de portagens nas SCUT do Norte foi um dos tónicos da sua alocução.

Tendo já iniciado a recolha das assinaturas necessárias para se formalizar como partido, o MPN espera ter concluída a missão dentro de dois meses e pretende realizar o seu congresso constitutivo ainda no primeiro trimestre de 2011, logo após as presidenciais de Janeiro.

16 setembro 2010

Reduzir o IRS e racionalização do Investimento Público

A ortodoxia em termos de política económica tem defendido as despesas públicas, nomeadamente a componente de investimento público do PIDDAC, como factor “keynesiano” indutor de desenvolvimento económico, originando no país verdadeiros elefantes brancos com elevados custos de manutenção que se prolongam por anos e décadas a fio. Os falhanços do diagnóstico e destas políticas estão já demonstrados à evidência.

Os que não perceberam o cerne da actual crise financeira internacional não a estão a atacar no seu ponto certo. John Kenneth Galbraith, a propósito da Grande Depressão, colocou a desigualdade na distribuição de rendimentos como a sua principal causa. O problema, na altura, não era o consumo, mas o existirem poucos consumidores, o que tornou a economia dependente de um alto nível de investimento ou de um elevado nível de consumo de bens de luxo, dado que os rendimentos ficaram concentrados nas classes de mais altos rendimentos. Estes poucos consumidores desviam para o investimento em activos financeiros e imobilário, valores muito significativos. Mais do que por políticas de investimento público, a resposta do sistema capitalista foi o recurso ao crédito.

Mas, o dinheiro tem é que circular, que passar por um circuito virtuoso. A poupança mais não é do que a retenção de fundos para posterior C, G e I, com a intermediação e ganhos para a Banca. No caso Português, actualmente, acresce a fuga de poupanças para o exterior, sem retorno para o país, dada a incapacidade de obtenção de crédito pela economia nacional junto dessa Banca onde se coloca a poupança.

Na actual execução orçamental de 2010 onde tivemos um aumento da taxa de IRS, o efeito tem sido uma diminuição da colecta global. A minha proposta passa por manter um deficit orçamental constante, baixando as receitas do IRS nos escalões mais baixos e diminuído o investimento público em igual valor absoluto, de forma a trazer mais transacções de consumo privado ao país e mais impostos indirectos, para potenciar o emprego. Em termos de contas públicas e défice, menores receitas de IRS serão possíveis por menor Investimento Público. Em termos de economia nacional, o acréscimo de rendimento disponível pela via do consumo privado multiplicará o anterior efeito da despesa pública, que por excessivamente concentrada, circulava pouco e ficava parcialmente retida em poupança externa. Justificar-se assim uma relação directa do PIDDAC com as receitas de IRS, obrigando a uma racionalização do investimento público dirigindo-o à renovação e ampliação de algumas linhas ferroviárias convencionais já existentes e sua ligação a regiões de Espanha e à sua AVE, que irão ter um retorno significativo para a mobilidade e integração ibérica.
 
José Ferraz Alves

Campanha de Rua

Caros companheiros,

Vamos desenvolver nos próximos dias 17 e 18 duas acções de rua com vista a noticiar a inauguração da sede, bem como aproveitar e recolher mais assinaturas. Desta forma solicitamos a colaboração de todos para nos acompanharem nestas importantíssimas missões, agradecemos igualmente que junto dos vossos amigos conhecidos e familiares tentem recrutar o maior número de voluntários para acompanhar a causa, pois quantos mais melhor.

A acção de dia 17 sexta-feira decorrerá durante o período nocturno na Rua das Galerias de Paris em Plena baixa da cidade do Porto, o ponto de encontro será às 22:00h nessa mesma artéria (próximo da Livraria Lello).


A acção de dia 18 Sábado decorrerá na Rua de Santa Catarina iniciando-se às 14:30 em frente ao Via Catarina.


Não faltem!


Ricardo Fonseca
Grupo de Comunicação

15 setembro 2010

Partido do Norte - DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS

(Projecto)

1

O Partido do Norte tem um carácter nacional na medida em que o seu objectivo principal é servir Portugal e os portugueses, tanto os localizados no território nacional como na diáspora emigratória; têm também um carácter nacional porque dispõe de um programa político (...)

2

O Partido do Norte assume-se inequivocamente como europeísta, defensor da União Europeia, do seu aprofundamento e do seu alargamento, bem como insere a sua luta (...)

Nota - Para visualizar todo o conteúdo da Declaração de Princípios e debater os mesmos, entre no nosso Forum por aqui.

13 setembro 2010

O momento do MPN

Passadas as dificuldades inerentes ao mês de Agosto, o MPN avança com novos passos do caminho definido.
Iniciou-se com sucesso, na rua, a Campanha de Recolha de Assinaturas de subscrição à legalização do partido, que será acompanhada, dentro de dias pela Campanha de Recolha de Fundos.

Como momento especial desta etapa destinada a criar as condições para legalizar o partido e o dotar de uma suporte logístico e organizativo adequado, inauguraremos, no próximo sábado, a sede nacional do partido, na Rua de S. Brás, nº 256, no Porto.

Ao mesmo tempo, no sentido de dotar o partido de um figurino político mais definido e preparar os documentos que irão a discussão pública, para serem aprovados no evento fundador do Partido do Norte, todos os grupos de trabalho cumpriram as datas nas tarefas de apresentarem uma proposta de projecto, pelo que, ainda esta semana, será colocado, no blog oficial, ao alcance de todos, o primeiro projecto.

É pois hora de darmos as mãos e lançarmo-nos com determinação no combate necessário. Somos a superação da passividade política em que o Norte tem vivido, somos a alternativa às traições dos partidos que têm malbaratado os nossos votos, somos a força que vai inverter o processo regressivo nortenho. Somos a superação do lamento pelo protesto e o enquadramento do protesto na acção política alternativa.

Estejamos pois à altura das nossas responsabilidades. Mobilizemos em força para a inauguração da Sede! Ajudemos nas bancas de recolha de assinaturas! Colaboremos na recolha de fundos. Tragamos cada vez mais pessoas para todas as acções. Discutamos serena e criativamente os documentos que estão a ser lançados, sem ultrapassados preconceitos ideológicos ou doutrinários, olhando a realidade concreta que nos rodeia.

Estamos num momento decisivo. Cada um pode ser o obreiro de um momento histórico de viragem do nosso destino. Ou ser apenas mais um. Cada um assuma a sua responsabilidade.

Vamos a isto.

Um abraço para todos.

Pedro Baptista



Nota:

Relembramos que, a inauguração da sede nacional do Movimento Partido do Norte, será no próximo Sábado, dia 18 pelas 18 horas na Rua de S. Brás, nº 256, Porto.
Precisamos de todos no apoio ao Norte.

Inauguração da sede do Partido do Norte

Caros membros e simpatizantes,



Intervenções políticas vão marcar a inauguração da sede nacional do
Movimento Partido do Norte. Será no próximo sábado, dia 18 pelas 18 horas na Rua de S. Brás, nº 256, Porto.

Precisamos de todos no apoio ao Norte.








09 setembro 2010

Recolha de assinaturas e sessão de esclarecimentos.

O MPN irá realizar no sábado dia 11 do corrente mês, uma acção de recolha de assinaturas na cidade do Porto. Convidamos todos os membros do MPN a estar presentes na praça Dr.Francisco Sá Carneiro, também conhecida por Praça Velásquez pelas 19.30h, junto ao café Velasquez, para assinar ou colaborar.


O Norte e o MPN agradecem.


Imagens do local:

08 setembro 2010

Padrão económico lisboeta-centralista

(... in JN)
Governo beneficia diário da Cofina
2009-12-21
PAULO FERREIRA

O Estado gastou, nos primeiros nove meses deste ano, 8,8 milhões de euros na ocupação de espaço publicitário nos jornais diários. Metade dessa verba foi colocada em apenas um título: o "Correio da Manhã", do grupo Cofina.
Metade do investimento publicitário feito pelo Estado nos jornais diários de maior expansão até Setembro de 2009 ficou nos cofres do "Correio da Manhã". Um estudo feito pela Media Monitor (empresa da Marktest que analisa o mercado publicitário) mostra que, entre inserções no caderno principal e no caderno de classificados, o diário do grupo Cofina arrecadou, até ao final do terceiro trimestre deste ano, quase 4,5 milhões de euros, exactamente metade dos gastos realizados pelo Estado: 8,8 milhões de euros.

Os dados agora conhecidos (ver infografias na página ao lado) contrariam a tese, propalada em meados do mês passado, de que o Estado estaria a beneficiar o grupo Controlinveste, a que o JN pertence. Nessa altura, um texto publicado pelo revista "Sábado" (título do grupo Cofina) apontava para a existência de um "padrão" que supostamente mostraria como o Executivo de José Sócrates estaria propositadamente a desinvestir no "Público" e no "Sol", em benefício do "Diário de Notícias" (detido pela Controlinveste) e do "Jornal de Notícias". A notícia não fazia qualquer alusão ao dinheiro colocado pelo Estado no "Correio da Manhã".

Os números agora conhecidos revelam, de facto, não um "padrão", mas três. O "Correio da Manhã" é o grande beneficiário, no que diz respeito aos anúncios colocados pelo Estado nos cadernos dos diários generalistas. Isto porque, já em 2008, aquele título arrecadara 49,6% do dinheiro despendido pelo Governo. Ou seja: o jornal da Cofina vale para o investidor Estado tanto como a soma dos restantes jornais diários.

Segundo "padrão": os jornais com a massa de leitores a Sul arrecadam 72,5% da publicidade estatal. Para o "JN" sobram 27,5%. Com sensivelmente o mesmo número de leitores (concentrados a Norte) do que o "Correio da Manhã" (concentrados a Sul), o "JN" regista um valor da receita publicitária inferior a 48% em 2008 e 45% em 2009, relativamente ao seu concorrente mais directo. Contas feitas, a diferença entre o "JN" e o "Correio da Manhã" é favorável a este último em cerca de três milhões de euros em 2008 e de dois milhões até Setembro deste ano.

Terceiro "padrão": o grupo Controlinveste, apesar de deter três jornais diários ("JN", "DN" e "24horas"), não chega a encaixar metade do investimento estatal. Os números do "24horas", que conta com cerca de 250 mil leitores, aproximam-se, aliás, da irrelevância.

Outros dados retirados do estudo da Media Monitor permitem sustentar ainda melhor este "padrão". Até Setembro, o Estado já investiu mais 925 mil euros em espaço publicitário nos cadernos principais do que em todo o ano passado: 43% desse acréscimo foi encaminhado para o "Correio da Manhã". Se se dividir a verba por grupos de comunicação social, reparamos que a Controlinveste, proprietária de três diários, ficou com 388 mil euros; a Cofina, apenas com um diário, recolheu mais 399 mil euros.

Quando, de resto, se olha para os números das audiências médias e dos leitores de cada título, é fácil perceber que as diferenças entre os jornais e os grupos em causa estão longe de justificar a disparidade do investimento realizado pelo Estado. Um exemplo: a Controlinveste tem mais 55% de leitores do que o "Correio da Manhã", mas obtém do Estado apenas mais 28% dos gastos em publicidade; e o grupo Cofina recebe entre 21% e 31% mais investimento publicitário por leitor do que os concorrentes.

(Gentilmente enviado pelo amigo, AM Alves)

07 setembro 2010

ISTO DEVE ESTAR À VISTA DE TODOS!!!


Fonte: Semanário Económico, dia 11 de Abril 2010

A “mesmisse” do grande centrão


Muito interessante esta entrevista de Miguel Relvas. Em 10 minutos – vale a pena ver os vídeos – fica-se a compreender porque não consegue o PSD afirmar-se como verdadeira alternativa ao status quo vigente, com o qual não propõe qualquer ruptura, apenas diferente cosmética e nova roupagem.
Nada muda em substância, principalmente nas áreas que mais hipotecam o futuro: as malfadadas PPPs, esse sofisticado instrumento de reciclagem de custos públicos em proveitos privados, mantêm-se com “outra regulação”, um eufemismo que no fundo significa apenas a mudança de alguns beneficiários; a CGD já não se privatiza (bons tempos em que Passos Coelho teve essa grande ideia), mas atribui-se-lhe um estatuto de “banco de desenvolvimento”, naquela ridícula e muito socretina pretensão dos políticos se darem ares de CEOs do país e das suas grandes empresas; na legislação laboral, uma perfeita trapalhada com medidinhas avulsas, indiciador de que não se sabe o que se quer; os mega-projectos não se cancelam pura e simplesmente, diabolizam-se q.b. e retomam-se com outra terminologia, com excepção do aeroporto que seria para fazer já.
Sobre o aeroporto, não resisto a transcrever o palavreado de Miguel Relvas, um rapaz que pede meças a Guterres no estilo “picareta falante” (bolds meus):
O novo aeroporto em Lisboa é fundamental para manter a existência da TAP como uma grande companhia de bandeira. A TAP só continuará a ter futuro e a ser uma grande companhia se continuar por este caminho de Lisboa ser um hub aéreo entre África e a Europa, entre a América do Sul e a Europa. E este caminho só é possível construir com uma infra-estrutura dotada dessas condições.
O aeroporto é para servir a TAP, os passageiros e os seus interesses estão totalmente ausentes do discurso de Miguel Relvas. Este detalhe é importante, pois é nas grandes “empresas do regime”, públicas e para-públicas que se faz o cimento agregador das políticas do grande centrão.
originalmente publicado aqui por LR

02 setembro 2010

Para relembrar a toda a gente !!





UMA VERGONHA !
Temos de dizer BASTA a estes ladrões.

Vão roubar na estrada

A concretizar-se, a cobrança de portagens nas SCUT será apenas mais uma forma de extorquir dinheiro aos contribuintes para pagar os desmandos dos governantes. O resto é conversa. Em boa verdade, os portugueses já pagaram que chegasse para financiar as SCUT. Em primeiro lugar, porque uma componente substancial do financiamento foi garantida por fundos europeus. Por outro lado, porque os impostos rodoviários, que deveriam ser consignados à construção e manutenção de estradas, são elevadíssimos. Cada um de nós, por cada quilómetro percorrido, em SCUT ou em caminho de cabras, paga, só através do imposto sobre produtos petrolíferos, uma média de 13 cêntimos. Onde pára todo esse dinheiro? Mais ainda, aquando da subida do IVA, já em 2005, uma das razões apresentadas para esse aumento foi exactamente… o pagamento das SCUT.

Mas, mesmo assim, as verbas arrecadadas parecem ser insuficientes. Isto porque o negócio celebrado entre o Estado e as concessionárias é ruinoso. Ao permitir rentabilidades garantidas de 14% para os privados, o Governo português hipotecou o nosso futuro e encaminha vertiginosamente para a falência, não só o Estado como os utentes da rede rodoviária. Porque é claro que se a rentabilidade não fosse desta ordem, mas a valores justos e decentes, uma viagem de Viana ao Porto, por exemplo, não viria a custar cerca de quatro euros, uma fortuna. Importaria em menos, muito menos, cerca de um euro. Nas SCUT, como em todas as parcerias público-privadas, os políticos que nos dirigem privatizam lucros, garantem rendas a empresários insaciáveis, enquanto socializam os riscos e agravam a carga fiscal ao cidadão.

Basta! Com o nível de impostos rodoviários que temos, com a afectação de parte do IVA para pagar SCUT, a intenção de cobrar portagens aos utilizadores só se aceitaria caso o governo reduzisse a tributação no mesmo montante. Se não, é literalmente um roubo de estrada.

(... in JN)

Norte de Portugal, acorda!

Ánxelo González Vicente (igadi.org, 08/2010)


Pedro Baptista, un dos líderes do Movemento Pro-Partido do Norte e antigo deputado do Partido Socialista, nunha recente entrevista en Porto Canal.
Desde o pasado mes de maio, está a abrirse paso no Norte portugués un movemento insospeitadamente vigoroso, que pretende defender os intereses dese territorio galaico (termo tan lexítimo neste caso como o de luso, pero penso que máis pedagóxico para nós) perante as tendencias centralistas de Lisboa, que o marxinan dun modo sistemático e que se materializaron de modo exacerbado co caso da introdución de portaxes nas SCUT do Norte. O Movemento Pro-Partido do Norte está a contar coa adhesión crecente de moita xente nova até agora non activa politicamente e mesmo con personalidades e militantes de base dos diversos partidos portugueses. Achega unha novidade fulcral en relación a ensaios anteriores: a disposición de converterse en partido político que lle permita coñecer mellor as súas forzas e, no mellor dos casos, levar a voz do Norte á Asemblea da República de Lisboa. Quen sabe se mesmo ao Goberno algún día.

O outro grande obxectivo do Movemento consiste en concretizar, por fin, unha rexionalización político-administrativa permanentemente adiada e prevista na mesma Constitución da República. E aquí cómpre advertir: haberá de considerarse fracasado o Movemento se non consegue este último obxectivo. Sen dúbida, a voz do Norte en Lisboa será importante e positiva, mais claramente insuficiente. O Norte de Portugal non pode perder a oportunidade histórica que este Movemento e a consciencia identitaria territorial que o provoca e sustenta lle brindan para crear uns poderes executivo e lexislativo propios.

Cando un territorio que se identifica a si propio como tal, sexa como rexión, como nación ou como continente; carece da capacidade de tomar decisións propias nos asuntos que lle afectan, sendo estas adoptadas por instancias alleas, a vontade dese territorio está a ser anulada. Ao igual que acontece aos individuos en situacións semellantes, ese territorio acabará interiorizando a súa dependencia e a súa incapacidade e, deste modo, ficará eivado de forzas creativas que non só redundarían no seu propio beneficio, senón no de quen o rodean. Isto ocorrerá por dúas tendencias que podemos explicar aplicando ao caso concreto que aquí abordamos: dun lado, ao erguerse Lisboa como a garante dos intereses do país todo, haberá quen teña a tentación de, perante as dificultades, pedir axuda á Grande Irmá en vez de tentar xerar solucións propias (mentalidade esmoleira); doutro lado, quen optar por xerar ideas de políticas propias acaídas para se atinxir un maior e mellor desenvolvemento territorial, ao chocar co filtro de instancias con intereses diferentes, que moitas veces suporán un obstáculo definitivo á súa concreción, irá caendo na frustración, no esgotamento creativo, na rendición, quizá mesmo nunha sorte de depresión colectiva que se materializará na infravaloración do propio e no non aproveitamento de oportunidades.

Un Executivo e Lexislativo propios para o Norte han de ter dúas misións fundamentais. Unha defensiva, destinada a evitar novos abusos do Sur. A outra, creativa, destinada a liderar as institucións rexionais e os axentes da sociedade civil no camiño dun desenvolvemento fundamentalmente endóxeno e sustentable.

Nesta segunda dimensión de traballo terían un peso preponderante as relacións con Galicia. E non só para aproveitar eventuais fondos europeos. Os intereses comúns, aínda lonxe de teren sido convenientemente estudados e delimitados, van sen dúbida moito para alén do intuído e aproveitado até agora.

A vella Gallaecia, con capacidade decisoria propia, pode constituírse nun polo de desenvolvemento notable, xerador de benestar para a poboación propia e xerador de produtos, servizos e ideas de proveito para o exterior.

Ângelo Gonçalves Vicente,

vicedirector do Igadi.

O rexionalismo do Norte de Portugal e nós

Ánxelo González Vicente (igadi.org, 01/08/2010)

Desde o mes de maio, coa creación do Movemento Pro-Partido do Norte, o rexionalismo portugués voltou á máxima actualidade no país veciño, neste caso como reacción a unha extraordinariamente torpe, por esaxerada, deriva centralista das políticas dos partidos nacionais presentes nas institucións lisboetas. O detonante foi a introdución de portaxes para as autoestradas que até agora se viñan chamando Sen Custos para o Utilizador (SCUTs) só na rexión Norte, unha das máis pobres do país e moi por debaixo, en termos de renda per cápita, da media europea.

Os obxectivos fundamentais do Movemento son dous: conseguir deputados propios que leven a voz do Norte ás institucións lisboetas e acelerar a concreción da rexionalización portuguesa, en termos políticos e administrativos, prevista na mesma Constitución da República de 1976. A consecución deste segundo obxectivo habería de traducirse na creación dun Goberno e Parlamento propios para o Norte portugués.

Calquera dos dous albos do Movemento tería consecuencias positivas para o Norte de Portugal, mais é do segundo deles do que cabería esperar mudanzas de maior calado que haberían de repercutir no noso propio País. Isto porque un Goberno e Parlamento na Rexión Norte terían dúas misións fundamentais: evitar novos abusos derivados da tendencia centralista das institucións lisboetas e promover o desenvolvemento endóxeno. E aquí as relacións con Galicia adquirirían prioridade preponderante.

Un Norte con capacidade de tomar decisións propias sobre os asuntos que lle afectan abre novas posibilidades de afondar e axilizar as relacións Galicia – Norte de Portugal que desde ambas as marxes do Miño se han aproveitar sen reparo. Outra cuestión é se con maior ou menor intensidade, onde determinados prexuízos políticos poden xogar un papel retardatario innegable, mais penso que tan molesto no curto prazo como inútil no longo.

Para alén dos positivos efectos que unha intensificación das relacións entre Galicia e o Norte de Portugal terían nos máis diversos campos, coa exploración de alianzas e parcerías en materias como portos e aeroportos, universidades, servizos públicos, infraestruturas… ; desexo agora chamar a atención sobre o impacto, que intúo inexorable, no noso idioma, porque será extremamente positivo de dúas maneiras relevantes.

Dun lado, máis relacións entre Galicia e Norte de Portugal significan moitos máis escenarios de encontro e comunicación entre persoas galegas e persoas falantes de portugués. Tod@s teremos observado que moitas persoas galegas castelán-falantes mudan para o galego cando han de comunicarse con persoas que usan o idioma portugués. Quizá sexa o contexto máis eficaz á hora de propiciar esa mudanza. Isto ten en si mesmo un valor positivo se consideramos que un idioma só vive e sobrevive na medida en que é utilizado e se entendemos que máis relacións con persoas portuguesas implican máis uso do galego.

Por outra banda, un aumento do uso do galego para a comunicación con persoas doutro Estado contribuirá a escenificar dun modo fácil e evidente aquilo que moitas persoas, galegas e non galegas, veñen defendendo desde hai décadas: que o idioma galego coloca a Galicia nunha situación privilexiada no escenario internacional, co dominio de dous dos idiomas máis falados no mundo; un deles, o galego, absolutamente infrautilizado e mesmo desprezado neste plano. O que constitúe unha soberbia mostra de impericia, maiormente política, pois a esta esfera corresponde liderar a persecución dos intereses colectivos.

Estamos a debater sobre canto galego ha de haber nas escolas galegas, cando é evidente que debía haber todo o posible para compensar o predominio absoluto do castelán en todas as demais esferas. As pésimas consecuencias dese desequilibrio para o noso idioma están ben á vista: sectores como o xornalístico (e penso na xeneralidade de xornalistas da Radio Galega e Televisión de Galicia que interveñen en público, que son a quen máis debemos esixir) ou o político (sen distinción de partidos), por citar dous dos que máis responsabilidade han de ter na promoción e defensa do idioma e que, ademais, son referentes na transmisión do estándar ao resto da cidadanía; falan un galego que non vai a mellor, cheo de castelanismos e incorreccións gramaticais. Non ocorre o mesmo, no entanto, co castelán na nosa terra, falado con corrección polos mesmos sectores.

A rexionalización do Norte de Portugal pode ser un revulsivo notable para dar ao idioma galego a relevancia que merece nas nosas relacións exteriores, mais esta posibilidade esmorece ao mesmo ritmo que o galego desaparece cuantitativa e cualitativamente.

Ângelo Gonçalves Vicente,

vicedirector do Igadi.

01 setembro 2010

On topic

Regressado de um curto período de descanso, dei por mim a pensar se valeria a pena continuar, "a pregar no deserto", já que os resultados de uma contestação cerrada às prestações governativas são pouco menos que decepcionantes. Isto, em si mesmo, até podia ser um bom sinal, podia até querer dizer que o Governo estava no bom caminho, que o país estava a arrumar-se e que afinal já não faziam sentido as nossas críticas. O problema é que estamos rodeados de coisas aparentemente válidas mas que na realidade não servem para nada.

Entre essas coisas, contam os jornais, as rádios e as televisões, cuja produção poderia ter um impacto verdadeiramente positivo na vida dos portugueses se os homens que os dirigem tivessem uma concepção profunda e não distorcida do chamado serviço público. Na realidade, não é isso que acontece. Os jornalistas, limitam-se a representar, a simular a prestação de um serviço, esvaziando a essência da maioria dos assuntos sem nunca chegarem ao seu âmago.

Os incêndios, em Portugal, são um fenómeno recorrente. Ver pessoas, matas, árvores e animais serem ciclicamente dizimadas pelo fogo é das coisas que mais me incomodam. Na Europa, Portugal é um país com um clima temperado mas com frequentes verões escaldantes. Toda a gente sabe que é assim, só os governantes parecem ignorá-lo, porque não há meio de se decidirem a implementar uma política eficaz com rotinas de prevenção aos fogos e de fiscalização das matas. Da acção governativa de combate aos fogos, pouco mais se conhece do que os equipamentos e o pessoal, mas com o acto [fogos] já consumado, e depois os sermões com o choradinho da praxe. Prevenir, é que nicles! Dá trabalho, e não dará lá muito jeito, presumo...

Objectivamente, deveria ser este o ponto a "explorar" pelos media, mas não, passa-lhes quase sempre ao lado, sendo facilmente manipulados pelos argumentos esfarrapados dos de sempre, ou seja: os políticos e as suas lamúrias. Porque as pessoas não têm cuidado, porque são os pirómanos, porque não há isto, porque falta aquilo, a verdade é que nada se altera de ano para ano, mesmo que entretanto tenham morrido pessoas e ardido milhares de hectares de floresta!

Como estes desfechos são crónicos, para casos desta gravidade, pessoalmente, defenderia uma política pouca democrática, não só para os proprietários dos terrenos, que não cuidam deles, como para o próprio Estado e seus directos responsáveis. Mão de ferro e pena dura para os prevaricadores, sem recursos judiciais. Ponto. Portugal, um país onde a Democracia nunca foi levada a sério, tornou-se o paraíso ideal dos oportunistas e foras-da-lei. Com uma Democracia de rédea curta, onde o crime deixásse de compensar, talvez tivéssemos alguma hipótese de colocar a "casa" em ordem.

Com a palhaçada desta nossa Democracia, é que nunca lá chegaremos. Quem disser o contrário mente, ou é lunático.